O que é ser-se humano?
Quando pensamos num ser humano uma das coisa em que pensamos é num animal racional, no entanto, será que devemo-nos reduzir apenas a isso?
De facto, o ser humano é um ser racional e é essa a capacidade que nos define, mas também possuímos algo mais, que a priori achamos insignificante, ou até redutor para com o racional, que é o sentir. Não confundir este sentir com o que nos é transmitido pelos receptores sensitivos, mas sim algo mais, algo que por vezes o racional não é capaz de atingir, e que muitas das vezes entra em contradição com o nosso próprio pensamento.
Não poderei descrever o que é este sentir, nem é minha intenção fazê-lo, pois é quando o racional não consegue decifrar tal sentir que este é o mais puro que consegue ser.
Desta forma, pegarei no sentimento mais simples que é racionalizado e que de uma forma simples pode ser provado que é erroneamente racionalizado. Este sentimento é o “Amor”, racionalmente conseguimos categorizar o amor em diversas formas, como por exemplo o “Amor de Mãe”, o “Amor de paixão” e o “Amor de amizade”, sendo estes algumas das categorizações que o “Amor” pode ter. No entanto, será assim tão linear? Pensemos no “Amor” como a sua base, ele é desprendimento do eu para com outro, a libertação do meu ego para conseguir ligar-me a outra pessoa. É a união de dois seres com o objectivo de um ter em atenção às necessidades do outro. É a criação de laços onde em última instância, temos em vista o bem estar do outro e o nosso.
No entanto, em que medida é isto diferente em qualquer dos casos em que o “amor” se divide pelo racional através de uma categorização? O leitor mais preocupado vai dizer que o sexo é algo que surge no “amor de paixão” mas que não surge no “Amor de Mãe”, no entanto, isto não passa de uma demonstração que o sentimento pode obter, uma demonstração que pode ser diferente de ambos os casos, mas em que o sentimento é o mesmo.
A existência de uma demonstração não está intrinsecamente ligada ao seu sentimento, mas este pode ser considerado um produto do sentimento em si, com vista a uma prova, no entanto, essa prova pode não ser aplicada em todos os casos em que sentimos.
Assim, o sentimento pode ser visto como uma cidade que se encontra dentro das muralhas do racional, e que para sair e entrar em contacto no mundo que o rodeia, tem de ser “algo” para que o racional possa pensar nele. No entanto, há a necessidade do racional estar ligado ao sentir?
Apenas de um ponto de vista convencional, onde existe a necessidade de um senso comum que afectar o mundo onde vivemos, um mundo social e nada mais. Algo que no futuro poderei abordar, mas que para já penso desnecessário, pois já dei ao leitor demasiados assuntos para pensar.
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